Hit the world road

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Prazos...

A vida das pessoas é feita de prazos. São os prazos profissionais, os prazos financeiros, os prazos emocionais...eu sei lá! São-nos pedidos dias, horas, termos a cumprir, a pagar, a esperar. E a gente lá vai devagarinho, contando os tostõezinhos, espremendo os miolinhos a ver onde arranja mais paciência, abgenação e engenho para aguentar tanto prazo, tanto fardo, tanta responsabilização.

Depois, vêem as surpresas más: um projecto sem pernas para andar, uma conta bancária que não estica mais, uma relação profissional moribunda e o repôr toda a nossa máquina humana a funcionar para que nunca paremos a pensar muito para não deprimir de uma vez por todas. E as perdas emocionais?  E o perdermo-nos de nós próprios? Um horror! O pior pesadelo. Passar ao lado de nós e não nos reconhecermos, nem nos cumprimentarmos e saber como vai a vidinha.

O mais dificil no empreendorismo é mesmo o sonho falhado e adiado. É o "esperar sentado", sem rumo, sem além, sem cadeira debaixo do rabo. E o problema está noutro lado. Nós não ficámos maus de repente e falhámos, mas o mundo gira tão depressa que de repente, passamos ao lado da nossa própria capacidade de resolução.E é também por isto que tantas situações se prolongam para além do fim. Já estão mortas, nós temos consciência disso, mas não as aceitamos como tal. A negação da realidade leva-nos a aguentarmos para além do limite, até ao ponto em que se torne insustentável e que saimos a correr desta ilusão e a realidade nos atropela.

Só arriscamos MESMO quando sabemos que há uma pequenina duvida em conseguirmos alcançar o que sonhamos. Se não pensasse assim, não assumia o risco à medida do que posso perder. Só pensando assim, tenho a leveza e a desemocionalidade para lidar com as minhas piores dificuldades, com determinação e humildade. Só assim sou persistente, porque estar quieta a ver e à espera, é a morte do artista. Um desperdicio de vida.

Desisitir à primeira dificuldade, não é inteligente. Mas insistir quando já não há solução, quando o jogo acabou, é. E é por isso que há prazos. Para reflectirmos e individualmente identificar um prazo, um fim de tempo para a resolução e parar. E mais tarde, começar de novo. Continuar noutra estrada.

Está a ficar calor. Definitivamente, vou apanhar sol. Já chega de tanto prazo de responsabilidade.