Hit the world road

sábado, 7 de novembro de 2009

Deixemo-nos de ser vitimas...

Estou a começar a ficar outra vez muito "portuguesa na alma". Eu explico. Estou outra vez com aquele sentimentozinho parvo de me vitimizar e de pensar que só me acontecem a mim coisas que não acontecem a mais ninguém. Tenho de mudar de atitude porque isto assim não me leva a lado nenhum. Daqui a bocado sou digna daquelas palmadinhas nas costas e de recadinho de ouvido tipo "deixa lá que isso passa!" e que são aqueles conselhos que eu SEMPRE abominei.

Não sou perfeita nem pretendo ser. Pelo contrário, ADORO ser imperfeita. Adoro não entrar naquele molde de mulherzinha perfeita, com a travessa do jantarinho fumegante numa mão enquanto a outra afaga o penteado e ainda com tempo para dizer alto e bom som: "Meninos!!! Vamos para a mesa". Que se levante a primeira idiota deste estereotipo e se chicoteie por ter habituado o seu pequeno mundo a tanta perfeição. Isto de ser mãe, esposa, filha, amiga e colega não deveria ser tão ignorado assim. Fazer a gestão de um trabalho doméstico preparando menus semanais diferentes consonte épocas do ano, capacidades financeiras e com um tempo limite de execução entre o banho da criançada e fritar os bifes é digno de um MBA de qualquer especialidade. E um modelo de vida completamente estupido.

Mas o que me cansa mais é mesmo aquela imagenzinha de tentar culpabilizar as mulheres pelos males do mundo tipo " Eu não assumi porque ela não estava preparada para a situação!" ou pior ainda " Não posso fazer isso porque ela é muito frágil e não se aguentava sózinha". É por causa destas atitudes e das "mulheres vitimas" que apanham as outras todas por tabela...NÃO ! Não quero ter nada a ver com esse clube de galinhas que acham que assim o mundo gira melhor, e sobretudo à volta dos seus próprios interesses, nem que isso custe adiar tudo o resto, inclusive a sua vida e a dos que a rodeiam. É o cumulo da manipulação emocional.

Gosto mesmo é de ter tempo para mim (sem remorsos), dar prioridade a alguma alegria e descontração (o que importa na vida é SER, não é TER), fugir da rotina do direitinho e do certinho de vez em quando (desaparecendo dois ou três dias sem dar explicações), não pensar que sou indispensável (toda a gente o é, mais tarde ou mais cedo), ouvir amigos ou música de qualidade...porque a vida não se contabiliza com o padecimento do passado e o adiamento do sentir. Tempo de sobra para mim e não falta de tempo para o resto.

Não quero provar nada a ninguém porque não vai haver diploma nenhum no fim, nem melhor compensação do que o que sinto agora e aqui. E o sabor interior desta liberdade e independência não me enjoa. Pelo contrário, fico mais sexy, mais invejável e rejuvenesço.

Não quero ser vitima da vitimização das outras e pior!, da inveja que lhes provoco.

Como diria um amigo meu: Sejam sáudáveis. Comam pessoas com fibra.