Hit the world road

sábado, 8 de novembro de 2008

TERCEIRO JET-LAG

Não sei quanto tempo voou desde que saí do Dubai, estive em Portugal e regressei outra vez. Esta confusão horária é capaz de começar a seguir-me por mais voltas de avião e de rotação da terra que eu dê. A diferença horária trouxe-me algumas surpresas biológicas que não estava à espera, mas acho que vou calmamente esperar que o corpo abrande porque não existe outra maneira de o pôr no sítio.

Com a mudança de hora em Portugal, a diferença agora é de 4 horas. De manhã, ao acordar no Dubai parece estranho, porque se olharmos para qualquer relógio, são 3 da manhã em Lisboa, mas à noite, dá-me uma espertina que nem sei o que fazer. Já mudei horas de refeições, fiz foto-sintese deixando-me ficar a apanhar sol para regular o horário, mas nada. Acabei de me juntar aos milhares de expatriados que de vez em quando têm um ar zombie, quando menos se espera. Tipo beber café com ar de quem precisam de uma almofada ou ter um ar desgrenhado a meio do dia, sem razão de ser, mas por puro esquecimento de se terem penteado.

Se calhar este jet-lag, tem influência do clima e resulta na própria vivência local. Eu explico.
O calor aqui é grande e humido. Quero eu dizer com isto que o Verão, de Abril a Setembro, tem 48º de média e o Inverno, no resto do ano, só desce para 25º a 35º com vento quente à mistura.
As pessoas andam com ritmo de deserto: devagar. E o fuso horário, que não ajuda nada, ainda nos torna mais molenguitas. Se não reagimos, ficamos árabes. Quero eu dizer com isto, lentos.
O stress aqui não é recorrente porque assim como vem, vai-se embora. Acho que sem se enerva mais (e particularmente no trânsito) são só mesmo os árabes, que fazem despiques de buzina com os indianos, paquistaneses e outros da mesma região que são eximios condutores de taxi, guiando pela cidade inteira, com a mãozinha sempre a fugir para o sonoro.

A unica vez que questionei porque fazem os indianos aquele chinfrim tão irritante, tive a resposta mais incrivel da minha vida: "É para os outros condutores saberem que eu vou aqui".

E com isto, acabo aqui hoje a minha crónica.